domingo, 31 de agosto de 2008

O Caso Esmeralda na espiritualidade

Em Portugal, um caso muito mediatizado tem movimentado paixões. É conhecido por ‘Caso Esmeralda’. Trata-se de uma menina, filha biológica de uma cidadã brasileira e de um português. Este recusou de início a paternidade à criança, e esta foi dada, pela mãe biológica, para adopção a um casal que a tem criado praticamente desde a nascença. Mais tarde, recorrendo a testes de ADN, descobre-se que afinal o pai biológico da menina é aquele que havia inicialmente negado a paternidade. A partir desse momento este começa a reivindicar junto dos tribunais a guarda da criança. O processo arrasta-se desde há vários anos. A guarda da menina continua com os pais afectivos por decisão do tribunal, a conselho dos técnicos médicos (psicólogos e psiquiatras de crianças) que têm acompanhado a situação.
Na noite de 16 para 17 de Janeiro de 2007 manifestou-se, em nossa reunião mediúnica, uma entidade espiritual envolvida no caso. Registámos o seguinte diálogo entre esta entidade e o doutrinador:

Espírito: ...Mas eu preciso de ajuda!
Doutrinador: Então porquê? Conta-nos lá. O que é que se passa contigo para precisares de ajuda?
Espírito: Preciso de ajuda.
Doutrinador: Mas porquê?
Espírito: Porque é preciso mudar. É preciso mudar as mentes, que estão ainda muito agarradas.
Doutrinador: Que estão agarradas a velhos hábitos, não é verdade?
Espírito: E preconceitos. Coisas que já não fazem sentido. E que dificultam os programas, que são programas sérios, vistos do Alto com outra panorâmica... mais a longo prazo. E que enterram, quando reencarnamos.
Doutrinador: E que programas são esses? Podes dar-me um exemplo?
Espírito: Cada um de nós tem um programa antes de nascer. Quando nasce já o programa está todo estabelecido. Nascer é a parte final do processo. Todos temos um programa. Que dá muito trabalho, muito trabalho, aqui neste local onde se vive.
Doutrinador: E tu tens um programa?
Espírito: Eu tenho. Tenho tido, tenho tido. Agora não estou reencarnada. Mas estou a lutar para que esse programa seja executado.
Doutrinador: E estás a falar do programa de quem?
Espírito: Ora...
Doutrinador: De alguém em particular?
Espírito: De uma menina, que anda aí nas bocas do mundo. E que tem a obrigação de ficar com os pais com quem veio trabalhar... e aprender. E querem tirá-la. E isso é outro percurso de vida, que não tem nada a ver com o que foi estabelecido. Porque ela tem que passar por várias provas e por vários aprendizados naquele lar, com aqueles pais que já foram pais muitas vezes, noutras encarnações e as pessoas não sabem destas coisas. Também não podemos andar a dizer. Ninguém nos ouve. Eu também, quando estava reencarnada, não ouvia. Isso eram almas do outro mundo. Somos muito ignorantes... das leis da vida.
Doutrinador: E tu és familiar da menina?
Espírito: Sou familiar de há muitas eras. Nem te vou aqui contar os laços. Eram muitas histórias que não interessam para o caso. Agora eu tenho é que socorrer-me de pessoas que estão encarnadas, que são sensíveis para o problema, que têm uma perspectiva correcta da existência... Não só da existência terrena, não, que essa é limitada. Dura pouco tempo. Mal temos tempo para cumprir metade de um programa que trazemos do lado de cá, que nos dá tanto trabalho a preparar... A maior parte do tempo nem cumprimos metade... Se cumprimos metade já é muito bom... Mas que têm uma ideia correcta da vida, dos dois lados da vida. De que esta vida, que nós percorremos como almas é uma vida muito longa, com muitos conhecimentos, com muitas ignorâncias... Quanto mais conhecemos mais descobrimos que não conhecemos nada. Deste lado, daqui, também somos muito primitivos ainda, muito pequeninos. Nem conseguimos ver... ampliar a nossa visão... Ela vai-se ampliando à medida que damos um passinho e mais um passinho e mais um passinho... Descobrimos maravilhas, mas são passinhos curtinhos, curtinhos, curtinhos... Mas já me estou a afastar. O que importa é que esta menina não seja desviada do seu percurso que foi planeado do lado de cá. Temos esperanças. Estamos todos com muita esperança. Mas a luta ainda dura. Ainda vai durar. Porque quando se esquecerem... quando se esquecerem que esta menina existe... aí está o problema.
Doutrinador: Mas, certamente, as pessoas não vão esquecer, porque isto está a marcar muito...
Espírito: Ai, a memória é curta. Fala-se, fala-se e depois mais ninguém quer saber... E depois pega-se noutro assunto...
Doutrinador: Neste momento já existe uma grande movimentação do lado de cá...
Espírito: Sinal de que a sociedade está a mudar. Mas também deu muito trabalho para alertar as pessoas certas. Foram precisos milhares de trabalhadores.
Doutrinador: Mas as pessoas certas estão a ser alertadas e tenho a certeza de que os milhares de trabalhadores vão conseguir.
Espírito: Mas porque é que ela quer que eu me vá embora? Só quero fazer mais e mais...
( referindo-se a outro espírito acompanhante)
Doutrinador: Com certeza. Mas há outros locais em que poderás fazer, lutar, decerto com orientação superior.
Espírito: Sim. Também me dizem isso aqui. Eu é que sou muito apaixonada. E sempre gostei de fazer as coisas e de lutar por aquilo em que acredito. Ela é igual a mim. É por isso que a gente se dá bem. E agora quer que me vá embora.
Doutrinador: Bem, a questão não é essa. Não quer que te vás embora à força. É que, como estão aqui mensageiros de Jesus, como já deves ter visto, ela quer que continueis a trabalhar para o bem da menina.
Espírito: Mas eu estou a trabalhar para o bem.
Doutrinador: Neste momento estás a ver aqui mensageiros de Jesus, não é verdade? Outros amigos espirituais...
Espírito: Estou... Estou... Eu não os oiço. Eles bem falam comigo. Para eu ser menos apaixonada. Para dar tempo ao tempo, porque as coisas estão a ser encaminhadas. E estamos todos a trabalhar. Eu é que tenho que ter muita calma e paciência. Às vezes não tenho.
Doutrinador: É o que os amigos da espiritualidade te estão a dizer.
Espírito: É. Estão-se a rir. Eles riem-se sempre de mim.
Doutrinador: Aliás a lição foi sobre a fé, não é verdade?
Espírito: E eu tenho muita fé. Mas também tenho fé em mim. E quero agir... Mas tenho que ser um bocadinho menos apaixonada.
Doutrinador: Menos apaixonada...
Espírito: Já sei. Porque os terrenos têm outras coisas para fazer... também é verdade. Isso é verdade.
Doutrinador: Como tal será agora talvez a altura de, com menos paixão, trabalhar noutros locais, não é verdade?
Espírito: Pois... pois... pois...
Doutrinador: Porque há muito que fazer. Muito que fazer...
Espírito: Ah, isso há. Não temos mãos a medir.
Doutrinador: Os amigos que sorriem, certamente têm razões para sorrir dessa paixão que a nossa irmã apresenta. Porque este é um assunto que, de facto, gera paixões e que está a apaixonar o país inteiro.
Espírito: Imagina só a mim, que estou envolvida no programa. Directamente envolvida e interessada. Que venho lutando, à minha maneira e com as minhas limitações, para que este plano divino possa ser concretizado. Não te falo em anos, porque vocês aí não sabem o que é isso. Os anos, para nós não têm termo de comparação.
Doutrinador: E, certamente, irá ser concretizado. Por isso, a lição da fé que transporta montanhas. Não é verdade?
Espírito: Os amigos estão aqui a dizer que não me esqueça de que isto também estava previsto. E que ela trouxe uma missão, que foi a missão de alertar consciências.
Doutrinador: Ora bem. E está, de facto, a cumprir essa missão, não é verdade?
Espírito: É. Mas coitadinha dela.
Doutrinador: Ela, sem o saber, ainda na sua criancice, está a alertar consciências para transformações muito importantes. Já o Mestre dizia há dois mil anos ‘quem são minha mãe e meus irmãos?’, não é verdade?
Espírito: Ainda ninguém compreendeu. Nem compreende. Acham incongruente que Jesus, um pilar do Amor, tenha proferido tais palavras incompreensíveis, de facto, na época. E até abafadas por quem lhe viu seguir os passos. Mas elas são claras, apelando ao Amor Universal, apelando à afinidade espiritual na nossa caminhada para Deus, que é o nosso Criador.
Doutrinador: É isso mesmo, querida amiga. Mas nós ainda somos muito pequeninos e, por vezes, demasiado apaixonados. Deixamo-nos levar pelas nossas emoções. Deixamo-nos envolver demasiado. É preciso a razão também estar presente. E o bom senso.
Espírito: Mas há cabeças duras onde não entra a razão e muito menos o bom senso.
Doutrinador: Acabarão por entrar a razão e o bom senso, não é verdade, querida amiga?
Espírito: É. Tudo leva o seu tempo.
Doutrinador: Tudo leva o seu tempo.
Espírito: Confiemos em Deus.
Doutrinador: Confiemos em Deus. Olha, tivemos muito gosto em ouvir-te, em ouvir as tuas preocupações e desejamos: nós deste lado e tu desse, que tudo se resolva conforme os planos divinos. E temos a certeza de que assim será. Desejamos que vás em paz, tranquila, serena. Leva da nossa parte um grande abraço fraterno e que Deus te acompanhe e nos acompanhe a nós todos. É esse o nosso desejo. Adeus, querida amiga.
Espírito: Muito obrigada por me terem ouvido.
Doutrinador: Que Deus te proteja.
Espírito: Que Deus vos proteja também.
Doutrinador: Obrigado, querida amiga.

Passados alguns momentos manifestou-se o Espírito orientador dos trabalhos.
Espírito Orientador: Podeis terminar os vossos trabalhos, registando em vossas memórias a fé que transporta montanhas. Devemos todos aprender com o exemplo que surge em nossas vidas para que nossas atitudes se modifiquem, para que não nos resignemos e aceitemos a iniquidade, o desprezo pela vida humana e até o olvido das palavras de Deus.
Foi deixado para todo o sempre o recado mais belo à Humanidade: “Amai-vos uns aos outros”. Quando colocais em prática esse lema estais a seguir as palavras de Deus, estais a cumprir os seus ensinamentos. É por isso que a fé move montanhas. E cada vez que o Homem tem fé, o nosso mundo avança no caminho do bem, no caminho da protecção dos mais pobres, dos mais indefesos, dos mais resignados à sua sorte. Amai, meus filhos, amai sempre, como Jesus nos ensinou. Que a paz seja convosco.

O doutrinador agradece a Deus e a Jesus e termina com uma oração a reunião.

Manuel
Núcleo Espírita ‘Amigo Amen’

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