domingo, 2 de março de 2008

Os benefícios do Perdão

http://www.nytimes.com/2007/12/11/world/europe/11kosovo.html?_r=1&oref=slogin

"Na noite de 17 para 18 de Fevereiro de 2008, após a leitura da lição: “Caridade com os criminosos”(espírito Elizabeth de França),cap. XI (ESE) manifestou-se uma entidade em sofrimento dizendo-se originária do Kosovo que, nesse mesmo dia, havia declarado unilateralmente a independência. Os seus habitantes albaneses, de religião muçulmana, comemoravam a independência, o que permitiu desanuviar um pouco o ambiente espiritual e realizar o trabalho que se desenrolou em nosso grupo mediúnico.

Transcrevemos, em seguida, o diálogo travado entre o doutrinador e a entidade manifestante.

Como este diálogo é, de certo modo, longo, decidimos dividi-lo em três partes."

1ª Parte – Abordagem do problema

Espírito - Como é que eu vim aqui parar?

Doutrinador - Qual é a tua terra, amigo?

Espírito - Eu sou do Kosovo. Agora é um país! E estava feliz. Andava a festejar na rua.

Doutrinador - Então e o que sucedeu, amigo?

Espírito - Não sei... Ah! Fui à Sérvia, a seguir.

Doutrinador - A seguir aos festejos...?

Espírito - Sim.

Doutrinador - E o que é que lá foste fazer?

Espírito - Fui dar uns bons murros.

Doutrinador - Nas pessoas que lá andavam?

Espírito - Sim. Naqueles assassinos. Não são pessoas. São assassinos.

Doutrinador - E passaste a fronteira?

Espírito - Passei.

Doutrinador - Mas por que razão é que foste, se estavas a comemorar na tua terra?

Espírito - Porque não me esqueço. É um dia feliz, mas é um dia... de grande tristeza para mim...

Doutrinador - Pois é, amigo. E foste para lá para te vingares daqueles que lá se encontravam...

Espírito - Bem merecem. Não tenho feito outra coisa, que é andar de roda deles. Já descobri alguns dos meus assassinos e de toda a minha família (tosse). Não os largo nunca. Só saí para festejar.

Doutrinador -E depois voltaste novamente.

Espírito - E agora não percebo por que é que estou aqui (tosse). E nem percebi nada do que falaram. Nem sei quem é Deus.

Doutrinador - Deus é Alá, como lhe chamas.

Espírito - Ah! É o Deus dos sérvios, dos assassinos.

Doutrinador - O Deus é o mesmo para toda a gente.

Espírito - Não. O meu é Alá.

Doutrinador - Exactamente. É Alá. Nós orámos a Alá.

Espírito - Não. Eu não percebi nada do perdão e dessas coisas, porque quem mata deve morrer também.

Doutrinador - Mas onde é que viste isso escrito, amigo?

Espírito - É assim que nós somos. Nós não fazemos mal. Mas temos que nos vingar. Fazer justiça!

Doutrinador - Com as próprias mãos?

Espírito – Pois, se ninguém faz!

Doutrinador - Não acreditas em Alá?

Espírito - E tu acreditarias se vivesses os horrores que nós vivemos? Há visões que nunca desaparecem, para além da morte. A morte é o mínimo. Tudo aquilo que observas com os teus olhos…

Doutrinador - Mas tu eras de Pristina? Eras da capital? Já não te recordas, não é verdade?

Espírito - Eu só vejo uma cova. E vejo as minhas filhas enterradas. E quando fui acudir-lhes cortaram-me a garganta. (chora)

Doutrinador - E quando é que isso sucedeu, querido amigo?

Espírito - Num dia de grande tristeza para todo aquele povo. Que não fez nada.

Doutrinador - Mas isso já aconteceu há anos, não é verdade?

Espírito - Não sei. Já há algum tempo. Há algum tempo. Nunca mais, desde que eu os descobri. Eu estou um bocadinho confuso... porque andei anestesiado muito tempo, enlouquecido de desespero por não poder fazer nada. Não por mim, mas pelas minhas filhas. A minha mulher... tudo na vala. E eu sem poder fazer nada. Nada fizeram para merecer aquilo. Nada fizeram. Se isto é justiça, não sei... E eu tenho que me vingar. E quando acordei consegui descobrir alguns dos meus assassinos. Não todos. Mas Alguns. Em nome de Alá, eles pagarão!

Doutrinador - Mas deixa a Alá fazer justiça. Não faças com as tuas mãos. Porque a justiça acabará sendo sempre feita, amigo.

Espírito - Quando?

Doutrinador - Olha: sabias que nós vivemos muitas existências?

Espírito - Tenho uma ideia.

Doutrinador - E sabias que nós não morremos?

Espírito - Não. Não morremos. Quem acredita em Alá não acredita na morte. O lado de lá é sempre muito melhor do que o lado de cá. Só que eu não consigo. Não consigo enquanto não me vingar. Enquanto não destruir aqueles assassinos não consigo ter paz. Não consigo ver o céu. Não consigo libertar-me.

Doutrinador - E não acreditas na justiça de Alá?

Espírito - Ela existe. Só que eles até agora vivem bem. Ainda não vi com os meus olhos a justiça a ser-lhes aplicada. Nada lhes fizeram.

Doutrinador - Mas deixa a Alá aplicar-lhes a justiça. Não te preocupes tu. Deixa a Alá essa tarefa.

Espírito - Mas quando?

Doutrinador - Não te preocupes quando. Preocupa-te é contigo neste momento. Neste momento não sabes onde estás. Mas eu informo-te. Estamos aqui em reunião. E a reunião é em nome do Deus de todos nós.

(continua)

Manuel
Grupo "Amigo Amén", Santa Maria

1 comentário:

  1. Olá minha querida!

    Passando para me inteirar e para lhe desejar uma semana iluminada.
    Beijos
    Rô!

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